Bauman salienta os aspectos das “fronteiras culturais”, dos limites territoriais e do “fim da geografia”, baseando sua interpretação em Paul Virilio: “as distâncias não são mais importantes como costumavam ser, enquanto a ideia de fronteira geofísica é cada vez mais difícil de defender no mundo real”. As fronteiras encontram-se “abertas” diante da globalização que surge na sociedade contemporânea. O surgimento da rede global de computadores implica no ciberespaço e na impossibilidade de um “controle territorial”.
O multiculturalismo é definido como uma força integradora e unificadora, o oposto, ocorre no multicomunitarismo, um fator de divisão e exclusivista. Para o primeiro, a diversidade cultural é universalmente enriquecedora; para o segundo, os valores universais empobrecem a identidade. Os dois conceitos não estabelecem qualquer conexão.
Bauman oferece uma visão abrangente dos ensaios sobre a cultura, nome descrito pelo próprio pensador. É impossível descrever um contexto, entender uma civilização ou avaliar características de uma determinada comunidade sem uma interação com as identidades individuais e coletivas.
As inúmeras identidades podem aderir ou não a determinados preceitos culturais. Outro fator importante é refletir os “subterrâneos culturais” que são identificáveis, por exemplo, na “inculturação” de indivíduos em um determinado sistema ou grupo cultural. Embora as pessoas assimilem novos códigos culturais ainda estão fortemente ligadas ao patrimônio cultural “herdado”.
Qual é o “nosso” patrimônio cultural herdado e de que forma ele enriquece ou empobrece as relações humanas? A frase utilizada por muitas pessoas aqui sempre foi assim pode ser um importante caminho para aprimorar sentidos e percepções!
Sidnei Budke
Pastoral Escolar e Universitária